Udaipur

Udaipur

Pouco depois das três da tarde, paramos para almoçar na estrada, antes de chegar a Udaipur. Tínhamos acabado de fazer a visita ao maior templo jainista da Índia, em Ranakpur. Nesse caso, eu gostei de comer nesse restaurante mesmo, pois, pela primeira vez, a comida da estrada fora muito boa e com preço justo, diferentemente dos outros restaurantes nos quais nosso motorista Anil já tinha nos levado.

almoço na estrada

almoço na estrada

Chegamos a Udaipur no fim da tarde e ficamos no hotel. Dia seguinte, 27 de março, seria o dia do Holi e os ensaios já estavam acontecendo nas ruas. Como ainda não queríamos sujar nossas roupas de tinta, preferimos nos esconder no quarto.

No dia 27, levantamos umas 9h30min e tomamos café no telhado do hotel. A vista era linda, exatamente para o palácio da cidade. Enquanto o café fraco – só chai e pão naan engordurado – não trazia entusiasmo para o início de manhã, ver as crianças já brincando o Holi era bem divertido. Elas já estavam jogando água de baldes cheios em quem passava em baixo. Que sacanagem! Faziam isso com imensa satisfação, com suas carinhas diabólicas.

crianças jogando baldes de água colorida durante o Holi

crianças jogando baldes de água colorida durante o Holi

Holi

Holi

Eu escolhi a roupa mais suja que tinha na mochila e saímos. Foi sensato… Cinco minutos depois, eu já estava completamente imunda.

O Holi é o festival que marca o início da primavera, na Índia, e é a festa que mais se equivaleria ao nosso Carnaval. Muita cor, muita música e muita alegria, mas, claro, muitas diferenças também!

Eu propositalmente tinha escolhido esse período do ano para ir à Índia exatamente para ver as festividades do Holi, que sempre acontecem, portanto, entre fevereiro e final de março; e essa época é, de fato, a melhor para se viajar pelo país, já que experimentamos uma temperatura mais amena e não chove muito; durante o verão, em julho especialmente, as chuvas caem torrencialmente e o calor chega perto do insuportável, mesmo!

O Holi, que segundo os historiadores existe desde séculos antes de cristo, também é conhecido, em todo o mundo, como a Festa da Primavera (Dolyatra (Doljatra) ou Boshonto Utsav) ou a Festa das Cores, já que remete à estação primaveril, com todas as suas coloridas flores; por isso, é costume, no principal dia do Holi, chamado de Dhulheti, Dhulandi ou Dhulendi, que todas as pessoas se pintem nas ruas, usando pós coloridos, vendidos em barraquinhas (10 rúpias o saquinho). Segundo os indianos, é um modo de dar boas vindas ao tempo bom e afugentar os maus espíritos.

venda de pós para o Holi em Jodhpur

venda de pós para o Holi em Jodhpur

venda de pós para o Holi no mercado de Jodhpur

venda de pós para o Holi no mercado de Jodhpur

venda de pós para o Holi no mercado de Jodhpur

venda de pós para o Holi no mercado de Jodhpur

venda de pós para o Holi no mercado de Jodhpur

venda de pós para o Holi no mercado de Jodhpur

venda de pós para o Holi no mercado de Jodhpur

venda de pós para o Holi no mercado de Jodhpur

As crianças são as primeiras a atirar as tintas e água em todos os que passam na sua frente e, no final da festa, já estamos todos sujos e jogando os pós uns nos outros. Enquanto jogam as cores, os indianos repetem “Holi Hai” ou “Feliz Holi”.

Holi

Holi

Holi

Holi

Holi

Holi

Holi

Holi

Holi

Holi

Evidentemente, assim como, no Brasil, onde o Carnaval pode ser mais ou menos “intenso”, dependendo de cidade para cidade (no Rio e Nordeste, por exemplo, a semana e até o mês param para as festividades e os desfiles; é um tempo de sonho colorido no meio da dura realidade; já em Blumenau, onde eu vivo, parece que não acontece nada; não existe Carnaval de rua e o samba só é ouvido em pouquíssimas festas particulares), o Holi também muda bastante, conforme as diferentes regiões do país. Pelo que apuramos na Internet, o melhor lugar para se passar o Holi é a cidade de Barsana, perto de Agra e a 45 km do centro da cidade de Mathura, ou em quaisquer cidades de tamanho menor.

O que ocorre, de modo geral, é o seguinte: nas grandes metrópoles, como Déli e Mumbai, o Holi, ao contrário do que eu pensava, é meio sem graça. Como as cidades são notoriamente perigosas, as pessoas preferem se recolher em festas particulares e a muvuca acontece, então, dentro das casas e bares (e templos também), e não tanto nas ruas, apesar de lógico, sempre haver grupos. Nesses casos, a festa na rua acaba muito cedo e fica meio sem graça… Em Udaipur, a segunda maior cidade do Rajastão, com cerca de 600 mil habitantes, aconteceu exatamente isso: pouca gente nas ruas (menos gente, em relação a outras cidades, pelo menos) e pouco tempo de festa. Em cidades menores, como o perigo diminui, há muitos turistas indianos e uma multidão de visitantes de todos os cantos do planeta que se reúnem para a festa; tudo dura mais tempo, tem música, danças, comida e a “bagunça” acontece pelas ruas.

No caso de Barsana, que é praticamente uma vila com cerca de apenas 10 mil habitantes, o que torna o Holi muito bom é, além do tamanho da cidade, um fator cultural. O que leva milhares de pessoas a celebrar o Holi em Barsana é a história e a cultura associadas à vila. Só nessa cidade, e também na vizinha Nandgaon, é possível ver certos aspectos muito curiosos do festival, ligados às lendas mitológicas hindus que explicam o surgimento do Holi.

Conforme se narra em uma dessas lendas, um rei chamado Hiranyakashyap, temível, vaidoso e cego com seu próprio poder de divindade, queria que todos no seu reino o adorassem. Ironicamente, seu filho, Prahlad, decidiu enfrentar o pai, o chamado rei dos demônios, e venerar Vishnu. O rei, então, submeteu seu próprio filho a inúmeras torturas cruéis; como Prahlad, no entanto, ainda se mostrava forte e teimoso na sua devoção a Vishnu, o rei conspirou com sua filha e irmã de Prahlad, Holika, que tinha o poder de ser imune ao fogo, para matar Prahlad, entrando em uma fogueira com ele nos braços. No entanto, o artifício não deu certo, pois ela não sabia que seu poder seria anulado se adentrasse as lenhas queimantes junto de outra pessoa. O deus Vishnu reconheceu, então, a bondade e devoção de Prahlad e salvou-o, matando o rei. O festival, portanto, celebra a vitória de um deus contra o mal de outro e o triunfo da devoção. A tradição da queima de Holika em fogueiras ou o “Holika Dahan”, em frente a templos, vem principalmente desta lenda. No dia anterior ao dia do Holi (que, em 2013, caiu em 26 de março, meu aniversário), havia – como sempre há – muitas fogueiras acesas pelas cidades, remetendo a essa história.

O dia do Holi é exatamente o dia no qual as pessoas saem às ruas, colorindo umas às outras; ele é comemorado no dia de lua cheia do mês de Phalugna ou Falguna (Phalgun Purnima) e o Rangapanchami ocorre poucos dias mais tarde, em um Panchami (quinto dia da lua cheia), marcando o fim das festividades que envolvem as cores.

Holi

Holi

Holi

Holi

Holi

Holi

Holi

Holi

Outra lenda que remete diretamente à cidade de Barsana e que é muito importante para cultura indiana celebra a história de amor de Radha e Krishna. Segundo consta, Barsana, que está cercada por colinas nos seus quatro lados, é o local de nascimento de Radha, a consorte de Krishna a quem ele nunca se casou.

Radha e krishna (reprodução de imagem da Internet)

Radha e krishna (reprodução de imagem da Internet)

O mito diz que o deus Brahma pediu a Krishna para passar um tempinho na Terra. Krishna solicitou, então, a Brahma que ele, em troca, tomasse a forma de uma colina. As quatro colinas são, dessa maneira, uma representação das quatro cabeças de Brahma. Daí o nome Brahmsarin (Brahma e Sarin (cabeça)), que era a forma da qual Barsana era anteriormente conhecida.

Todas as colinas de Barsana têm templos dedicados ao Senhor Krishna e a Radha. A mais famosa delas é a Ladli Ji ka Mandir. Radha é carinhosamente chamada Ladli Ji, em Barsana. A vila também se orgulha de um tanque chamado Prem Sarovar, em que se acredita ser o primeiro ponto de encontro do Senhor Krishna e Radha. Outro ponto é uma lagoa chamada Pila Pokhra. Pila significa “amarelo” e Pokhra significa “lagoa”, em Hindi. Diz-se que a água da lagoa ficou amarelada quando Radha mergulhou a mão nela, já que a pele de Radha tinha uma tonalidade dourada.

Radha, que passou a infância em Barsana, era a gopi (pastora) preferida de Krishna e enfeitiçou o deus com sua beleza, no tempo que ele passou na Terra, nessa região. A lenda descreve ainda como o deus pintou de cores sua devotada amante, para que ela ficasse, assim como ele, com a pele colorida. É dito de Krishna tinha ciúme da pele clara e dourada de Radha. Essa história lendária originou a celebração das cores do Holi, que também, como vimos, alude às cores da primavera.

Outra curiosa celebração do festival hindu do Holi, que envolve as cidades de Barsana e Nandgaon, no estado de Uttar Pradesh, é o Lathmaar Holi, que acontece dias antes do dia do Holi, O nome significa “pessoas que batem em Gopis com varas, no Holi” (lath é uma espécie de cajado tradicional).

Diz a lenda que o Senhor Krishna visitou aldeia de sua amada Radha e, neste dia, divertidamente provocou Radha e suas amigas. Ofendidas, as mulheres de Barsana perseguiram Krishna e o expulsaram da vila. Desde então, os homens da aldeia de Krishna, Nandgaon, visitam Barsana para brincar o Holi, nessa cidade que tem a distinção de ter o único templo dedicado a Radha, na Índia.

No templo Radha Rani, em Barsana, milhares se reúnem para testemunhar o Holi Lath Mar (ou Lathmaar Holi), quando, então, as mulheres batem em homens com paus (lathi), enquanto quem testemunha a “surra” fica à margem, cantando histericamente canções do Holi e gritando Sri Radhey ou Sri Krishna.

Holi em Barsana (reprodução de foto da internet)

Holi em Barsana (reprodução de foto da internet)

Lathmaar Women (reprodução de foto da Internet)

Lathmaar Women (reprodução de foto da Internet)

No primeiro dia de Lath Mar Holi, os gopis (pastores) vêm de Nandgaon a Barsana brincar o Holi com as pastoras de Barsana. O festival começa com uma cerimônia no templo Radha Rani. Após esta cerimônia, os gopis, então, marcham para fora do templo no Rang Rangeeli Gali, onde param para brincar com as gopis, que estão em grupos ao longo da rua. No segundo dia, a festa acontece em Nandgaon.

Os homens também cantam músicas provocantes, em uma tentativa de chamar a atenção das mulheres. As mulheres, em seguida, vão para a ofensiva e usam suas varas para bater nos homens, que se protegem com escudos.

O Holi de Barsana e de Nandgaon é, portanto, único, por essas cidades serem palco desses tipos de solenidades únicas no mundo inteiro e também distintas na própria Índia.

Durante os intervalos da folia, os participantes saboreiam o “Thandai”, uma bebida fria que eventualmente se torna inebriante, porque é feita de leite com uma substância chamada bhang, com base de maconha.

As mulheres de Barsana começam a se preparar para o Holi com um mês de antecedência. As sogras alimentam suas noras ricamente, para que elas mostrem sua valentia na zona de batalha Holi. É uma demonstração de amor, diversão e igualdade.

Em Udaipur, onde nós estávamos, como eu mencionei anteriormente, tinha bem menos movimento nas ruas; não havia música ou danças. Muitos homens brincavam o Holi; havia poucas mulheres e nenhuma delas abordava outras pessoas; somente os homens se aproximavam. Alguns chegavam com educação, falavam “Happy Holi” (já que éramos turistas) e passavam delicadamente uma cor no rosto, queixo e bochechas e, às vezes, na cabeça; me abraçavam discretamente e se iam.

Agora, a rapaziada que passava nas motos ou os grupos de meninos na rua jogavam água, pós, apalpavam… O negócio é bem forte mesmo! Certo momento, eu confesso que até fiquei com medo; fomos cercados por muitos adolescentes; eles puxaram minha roupa, me jogaram pó dentro da blusa e todos me abraçaram, muitas mãos em mim ao mesmo tempo, em tudo que é lugar, sem exagero! Não aconselho meninas sozinhas festejando o Holi, nunca, em lugar nenhum!!! Me livrei correndo do grupo; e veio outro cara de moto, me parou e meteu a mão em cheio na minha… (não foi na bunda…)! Enfim, mas a maioria chega educadamente! Só te colorem e te abraçam.

Holi

Holi

Holi

Holi

Holi

Holi

Holi

Holi

Holi

Holi

Holi

Holi

Holi

Holi

É preciso pensar que o bangue (bhang) e o Holi andam juntos. Depois de beber bhang, as pessoas reagem de formas diferentes, algumas anseiam por doces, outras choram ou riem. É uma experiência extática, que é agravada pela folia. É uma ótima maneira de aliviar o estresse, quebrar a timidez e, dizem, fazer amizades. No Holi, porém, além da guerra de cores, os jovens indianos, mamados no bhang, aproveitam para relaxarem as conservadoras normas sociais de suas vidas e podem acabar exagerando um pouco na “batalha”. Portanto, é sempre bom cautela… Talvez as “amizades” advindas do bhang não sejam bem as que nós esperamos… (Nas grandes cidades, esses grupos de jovens são muitos pelas ruas, por isso, pode ficar mais perigoso).

Holi

Holi

Holi

Holi

Holi

Holi

Holi

Holi

Holi

Holi

Holi

Holi

Holi - sentados na frente do templo Jagdish

Holi – sentados na frente do templo Jagdish

Holi

Holi

Enquanto nós andávamos pelas ruas de Udaipur, tivemos, no entanto, mais surpresas agradáveis do que atos desagradáveis, como mãos em locais impróprios… Uma família indiana, por exemplo, nos convidou para entrar na casa dela; foi muito divertido! Me vestiram com dois sáris; me colocaram joias, pintaram minhas unhas, brincaram comigo, como se eu fosse uma boneca.

família indiana

família indiana

família indiana

família indiana

família indiana

família indiana

família indiana

família indiana

família indiana

família indiana

família indiana

família indiana

A casa era bastante humilde, mas eles nos queriam muito ali e estavam mesmo interessados em saber de nós. Só a menina mais nova falava um inglês melhorzinho, tinha 20 anos. A mãe e a irmã mais velha tinham um inglês muito fraco, mas se esmeravam na simpatia. Aliás, aqui no interior, muito pouca gente fala inglês. O negócio é o hindi mesmo. E no Rajastão, assim a mocinha nos disse, eles vão aprender o inglês muito tarde, nas escolas.

Ficamos umas duas horas nessa família e saímos.

família indiana

família indiana

família indiana

família indiana

família indiana

família indiana

família indiana

família indiana

família indiana

família indiana

Muitos homens mesmo pelas ruas! Eles passam em três, quatro sobre as motos (sobre uma moto!). Fomos a uma praça e paramos para almoçar perto do rio.

Holi

Holi

Holi

Holi

Holi

Holi

no restaurante

no restaurante

Nessa praça, bem no meio de Udaipur, a 150 metros ao norte do principal palácio da cidade, está o templo Jagdish Mandir, um grande templo hindu. Construído pelo marajá Jagat Singh I, em 1651, ele é um exemplo da arquitetura Maru-Gurjara e indo-ariana.

Jagdish Mandir (reprodução de foto da Internet)

Jagdish Mandir (reprodução de foto da Internet)

entrada do templo

entrada do templo

É um templo grande e esteticamente elegante, onde um ídolo do senhor Jagannath, uma forma de Vishnu feita em pedra negra, é deificado no santuário. As paredes do templo e do shikhara (ou torre) estão decoradas com esculturas de Vishnu, cenas da vida do Senhor Krishna e figuras de ninfas ou apsaras. Uma imagem de bronze da Garuda (imagem metade homem, metade-pássaro, que é o veículo do Senhor Vishnu), é colocada em um santuário separado, em frente ao templo. A praça da rua, onde o templo está localizado, também é conhecida como Jagdish Chowk, de onde várias estradas irradiam em direções diferentes.

praça

praça

praça

praça

No restaurante, às margens do lago, já eram umas três da tarde e vários homens já estavam se banhando nas águas, para lavarem as cores. Quando saímos do restaurante, a festa já tinha acabado. Foi só de manhã mesmo, em Udaipur. Só as cores na rua e pronto… Sem música, sem muita agitação… Só mesmo pessoas se sujando e desejando “Happy Holi”. As fogueiras, que tinham sido acesas na noite anterior, a essa altura, também já estavam apagadas.

montagem das fogueiras no dia anterior ao Dia do Holi

montagem das fogueiras no dia anterior ao Dia do Holi

Compramos água e algo muito estranho aconteceu: enquanto eu estava virada para o estabelecimento, olhando o homem da venda e o meu amigo pedia as garrafas, um rapaz veio por trás, colocou as duas mãos no meu rosto e disse “Happy Holi”; eu levei o maior susto, mas me virei e sorri. O cara da venda, no entanto, virou uma fera, entrou e saiu com um pedaço de ferro enorme na mão; começou a discutir horrores com o rapaz, que saiu de moto, sem dizer muita coisa; então, outro homem nos explicou, em inglês, que não se deve chegar por trás de uma pessoa e passar a cor nela, é considerado bem desrespeitoso; deve-se olhar a pessoa, saudá-la, passar o pó no rosto e um abraço, no máximo (assim deve ser entre os mais conservadores)… O senhorzinho da venda me olhou, como se tivesse protegido a própria filha; eu agradeci e fomos embora.

Hoje, há um movimento chamado Happy Holi ou Crazy Holi que acontece ao redor do mundo, inclusive em São Paulo, e é inspirado no Holi indiano. Na verdade, a inspiração indiana vem somente na vontade de colorir todos os participantes com os pós de tinta, sendo essa a alegria da festa. De resto, a semelhança termina aí, já que o Crazy Holi é um festival basicamente de música, que privilegia o ritmo eletrônico.

festival de música Crazy Holi (reprodução de foto da Internet)

festival de música Crazy Holi (reprodução de foto da Internet)

festival Happy Holi (reprodução de foto da Internet)

festival Happy Holi (reprodução de foto da Internet)

Depois de sairmos da casa da família indiana, o Holi já tinha terminado de vez e só as ruas coloridas lembravam os folguedos da festa. Uma dica que dou é que, como tudo acaba imundo depois da folia, é bom carregar a câmera, documentos e dinheiro em um saco plástico, para evitar que as tintas em pó não os atinjam.

ruas coloridas

ruas coloridas

cansada...

cansada…

Abaixo, mais imagens do Holi.

Holi

Holi

Holi

Holi

Holi

Holi

Holi em Jodhpur

Holi em Jodhpur

Holi

Holi

Holi

Holi

Holi

Holi

Holi (reprodução de foto da Internet)

Holi (reprodução de foto da Internet)

Holi na Índia (reprodução de foto da Internet)

Holi na Índia (reprodução de foto da Internet)

Holi em Barsana (reprodução de foto da Internet)

Holi em Barsana (reprodução de foto da Internet)

Resolvemos ir ao palácio da cidade. Caminhamos rapidamente, só para dar uma olhada e logo voltamos para o hotel. Demorei umas duas horas no banho e não tirei toda tinta rosa de mim (disseram que a cor rosa é a pior de sair). Minha pele até ardia de tanto que eu esfregava a bucha e a toalha, tentando tirar a tinta. Minhas mãos também estavam cor-de-rosa e levaram uns dias para que elas voltassem ao normal! No restante do dia, descansamos.

No dia seguinte, saímos cedo. Fomos andando novamente em direção dos lagos da cidade, observando os macacos que andam livremente na área. Udaipur é conhecida como a “cidade dos lagos”, ou ainda como a “Veneza do Oriente” e reconhecida como uma das cidades mais ricas da Índia. Há diversos lagos artificiais na região que se conectam, cedendo água e beleza à região.

Pegamos o teleférico, que é bem curto, e fomos a uma região mais alta apreciar a vista (preço do teleférico: 70 rúpias). O Lago Fateh Sagar, um dos maiores, foi construído em 1687, pelo o marajá Jai Singh. Porém, duzentos anos mais tarde, as margens que o formavam foram arrastadas durante as enchentes, e, posteriormente, o marajá Fatah Singh, em 1889, construiu a represa Connaught, no lago Dewali, para marcar a visita do duque de Connaught, filho da rainha Victoria. A represa ampliou o lago, que mais tarde foi renomeado, Fateh Sagar Lake.

O Lago Pichola, outro importante lago de Udaipur, foi construído em 1362 por Banjara, um cigano que transportava grãos, durante o reinado do marajá Lakha. Mais tarde, o marajá Udai Singh II, impressionado com o charme deste lago e com o cenário de colinas verdes, fundou a cidade de Udaipur, nas suas margens, e também o ampliou por meio da construção de uma barragem de alvenaria de pedra na região de Badipol, às margens do lago, que também inundou a vila de Pichola, que deu o nome ao lago.

vista do teleférico

vista do teleférico

vista do teleférico

vista do teleférico

Os arredores do lago (que hoje tem 4 km de comprimento e 3 km de largura) e as diversas ilhas dentro dele foram desenvolvidos ao longo dos séculos, com a construção de palácios, templos de mármore, mansões familiares, ghats de banho ou chabutaras (uma plataforma elevada, normalmente dentro de um pátio); alguns dos mais famosos são: o Palácio do Lago ou Lake Palace (agora convertido em um hotel luxuoso), bem no meio do lago, na ilha de Jagniwas, também chamado de Palácio Pichola ou Jag Nivas; o palácio Jag Mandir, na ilha de Jagmandir; o Mohan Mandir, no canto nordeste do lago, construído por Jagat Singh, entre 1628 e 1652; o Palácio da Cidade de Udaipur (Bansi Ghat), de onde os barcos vão a todas as outras partes do lago; a Arsi Vilas Island, que é um santuário para as aves, e o Sitamata Game Sanctuary, na margem ocidental do lago. Em secas muito severas, o lago Pichola seca bastante, aumentando a área de suas ilhas.

vista do Jag Mandir

vista do Jag Mandir

à esquerda, o edifício branco é o Lake Palace e, à direita, o suntuoso Palácio da Cidade

à esquerda, o edifício branco é o Lake Palace e, à direita, o suntuoso Palácio da Cidade

vista do Lake Palace

vista do Lake Palace

Lake Palace ao centro, Palácio da Cidade à direita e, à esquerda, ao fundo, na colina, o Monsoon Palace

Lake Palace ao centro, Palácio da Cidade à direita e, à esquerda, ao fundo, na colina, o Monsoon Palace

Jag Mandir à esquerda, na ilha e, à direita, na colina, a vista do Monsoon Palace

Jag Mandir à esquerda, na ilha e, à direita, na colina, a vista do Monsoon Palace

Em vários locais onde o lago se estreita, pontes em arco ornamentais foram construídas, para abranger a hidrovia entre os bancos de areia. Todas essas estruturas arquitetônicas de Udaipur deram à cidade certo charme e a alcunha de “a cidade mais romântica da Índia”, frase cunhada pela primeira vez em 1829, pelo coronel James Tod, o primeiro agente policial britânico da região.

Quando nós saímos do teleférico, já eram quase duas horas da tarde, pois havia demorado bastante na fila do cable car. Tínhamos marcado de, ao meio-dia, ir almoçar na casa da família indiana do dia anterior. Então, corremos um pouquinho… Chegamos lá e ficamos papeando… Uma hora depois, eles nos deram almoço. Parecia tudo limpo e estava, de fato, muito bom: pão indiano – chapati – quiabo bem apimentado, arroz grudado, iogurte… Muito gostoso mesmo.

cozinhando

cozinhando

almoço na família indiana

almoço na família indiana

almoço na família indiana

almoço na família indiana

almoço na família indiana

almoço na família indiana

almoço na família indiana

almoço na família indiana

almoço na família indiana

almoço na família indiana

Comemos e ainda ficamos conversando (comprei uma blusa delas, visivelmente inflacionada para padrões indianos, mas foi minha maneira de agradecer, contribuindo… De qualquer modo, menos de R$ 30,00 por uma túnica bem linda, não era nada…). Agradecemos muito e saímos, mas já eram quase cinco horas da tarde. Um fato interessante: uma das filhas da família é casada, o marido estava fora trabalhando. Ela disse que ambos são hindus, da mesma casta, mas veneram deuses diferentes; por isso, ela deve frequentar um templo e reverenciar um deus e o marido e a filha vão a outro. A religião hindu é tão cheia de deuses que permite isso. No interior do Rajastão, as concepções de castas ainda existem fortemente, diferentemente de cidades grandes da Índia.

Tínhamos marcado com Anil, umas cinco e meia, de ir ao Monsoon Palace, um lugar mais afastado e alto, para ver o por do sol… (a entrada no Monsoon Palace é de 160 rúpias e tivemos que pagar também o ingresso do carro na reserva ao redor do palácio, de mais 130 rúpias).

O Monsoon Palace ou Palácio das Monções, também conhecido como Sajjan Garh Palace, é uma residência palaciana na colina da cidade, a cinco quilômetros do centro e a 944 m de altura, com vista para o Lago Fateh Sagar e para o Lago Pichola, além de outros. Ele só é acessível a carros particulares, táxis ou tuk-tuks (auto rickshaws) e, quando estávamos lá, soubemos de dois turistas que pagaram o absurdo de 500 rúpias para subir a estrada sinuosa que leva até ele – isso é que é não barganhar… (e mais nesse valor, se incluem os ingressos no palácio e do próprio carro na reserva). Na subida da via, é possível ver o Santuário de Vida Selvagem Sajjan Singh.

Monsoon Palace (reprodução de foto da Internet)

Monsoon Palace (reprodução de foto da Internet)

Monsoon Palace

Monsoon Palace

O nome do palácio se deve a uma homenagem ao marajá Sajjan Singh (que reinou entre 1874 e 1884), da dinastia de Mewar. Já o nome popular de Monsoon Palace é devido ao fato de que ele foi erguido, especialmente, para se observarem as nuvens de chuva das monções.

O palácio foi construído em 1884, em mármore branco, e tem uma beleza cênica, mas hoje, infelizmente, se encontra em ruínas e completamente vazio. O péssimo estado de conservação e a falta de banheiros permitem até que, dentro dele, nos corredores mofados, haja um enorme cheiro de xixi, por motivos óbvios.

Monsoon Palace

Monsoon Palace

Monsoon Palace

Monsoon Palace

Monsoon Palace

Monsoon Palace

Monsoon Palace

Monsoon Palace

O que faz muitas pessoas galgarem o percurso íngreme até ele é a maravilhosa vista panorâmica dos lagos e da paisagem da cidade, assim como o belo por do sol que pode ser apreciado de lá.

vista

vista

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vista

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Udaipur

Udaipur

por do sol

por do sol

por do sol

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por do sol

por do sol

É dito que o marajá o erigiu na colina da cidade, chamada de Aravalli, no pico Bansdara, para ter uma visão da casa dos seus ancestrais, a cidade de Chittaurgarh. Atualmente, a residência se encontra sob o controle do Departamento do Governo do Rajastão, e não mais é propriedade da família real de Mewar, e apenas recentemente foi aberta ao público. Tanto o palácio quanto o santuário Sajjan Singh ficam abertos até o por do sol, quando a plateia satisfeita começa a ir embora, vendo as luzes que passam a iluminar a mansão, durante a noite, dando a ela um ilusório encanto dourado.

A intenção do planejador original, Sajjan Singh, foi a construção de um complexo de nove andares, como um centro astronômico que acompanhasse o movimento das nuvens das monções, na área em torno do palácio, e que também desse emprego às pessoas. O palácio também foi criado para servir como um resort para a família real. Infelizmente, o marajá morreu prematuramente aos 26 anos de idade (após apenas 10 anos de governo entre 1874 e 1884), o que resultou no arquivamento de seus planos, por algum tempo. Antes de sua morte, ele havia construído parcialmente o palácio, que foi posteriormente concluído por seu sucessor rei marajá Fateh Singh, que o usou para o projeto original de ver as nuvens de monção. A família real também usou este edifício como um pavilhão de caça.

Uma exclusiva estrutura de captação de água para coletar água da chuva em uma cisterna subterrânea, com uma capacidade de armazenamento de 195.500 litros, existe no recinto do palácio. Apesar disso, o abastecimento de água foi considerado inadequado e, portanto, o palácio foi abandonado, com relativo pouco tempo de uso.

Monsoon Palace

Monsoon Palace

Uma curiosidade é que o palácio foi usado, em 1983, como locação em um filme de James Bond (Octopussy), como a residência de Kamal Khan, um príncipe afegão exilado e vilão da trama. No entanto, as cenas internas, que mostram Bond jantando em salões amplos e deslizando em escadarias, são de estúdio e não levaram em consideração o layout interno do palácio. Em 2008, The Cheetah Girls, um filme indiano, também filmou a sequência da música “Dance Me If You Can”, na suntuosa residência.

O Sajjangarh Wildlife Sanctuary (Santuário da Vida Selvagem), que rodeia o palácio, foi criado em 1987 e abrange uma área de 5,19 quilômetros quadrados. É agora um santuário bem protegido e cuida de espécies de répteis, tigres, veados, javalis, hienas, panteras, e chacais, sendo também um local popular para a observação de aves e dos macaquinhos que ali moram. A encosta é densamente arborizada e os ex governantes mantiveram esta área como uma reserva de tiros para a realeza. Quando Udaipur foi atacada pelos Scindias, em 1764, o morro foi usado como um depósito de munições; alguns canhões ainda permanecem por lá. A reserva também pode ser alcançada por caminhadas, muito comuns entre os indianos.

muitos macacos em volta do Mansoon Palace

muitos macacos em volta do Mansoon Palace

muitos macacos em volta do Mansoon Palace

muitos macacos em volta do Mansoon Palace

vista

vista

A história do palácio remete a momentos importantes da história de Udaipur e do reino de Mewar. Sajjan Singh, nascido em 18 de julho de 1859 e morto em 23 de dezembro de 1884 e construtor inicial do Palácio Monsoon, foi o septuagésimo segundo governante marajá da Dinastia Mewar (a dinastia Mewar remonta a sua história até Guhil, que fundou o Estado Mewar, em 568 a.C.); ele governou de Udaipur, por um curto período de 10 anos, até sua morte prematura, aos 26 anos de idade.

Sajjan Singh chegou ao trono quando tinha 15 anos de idade. No entanto, seu tio Sohan Singh desafiou seu direito à coroa e até mesmo conspirou com astrólogos, para que dissessem que o calendário da coroação não era apropriado. Felizmente para ele, o então agente britânico, que era a favor de Sajjan Singh, interveio e convenceu os astrólogos a dar uma data favorável para a coroação. A coroação de Sajjan Singh se deu, então, dois anos depois disso. Como o tio encrenqueiro ainda persistia com suas obstruções em relação ao marajá recém-coroado, sua propriedade foi confiscada e ele acabou sendo preso.

Depois que Sajjan Singh, considerado um governante esclarecido, foi proclamado marajá, em 1874, e conseguiu livrar-se do tio, lançou um vasto programa de atividades de desenvolvimento no seu reino em particular, ampliando as redes de infraestruturas, tais como estradas, abastecimento de água e outras obras de engenharia. Ele também introduziu uma administração civil e tribunais, assim como melhorou o ambiente geral de Udaipur, por florestamento e melhorias nos lagos, como a dessalinização do lago Pichola e a reconstrução da sua barragem de alvenaria para melhorar sua capacidade de armazenamento. Sajjan Singh também tinha pessoal interesse nas artes e cultura e lutou pela preservação do patrimônio histórico de seu reino. O projeto mais ambicioso que empreendeu foi a construção do Palácio Sajjan Garh, ou o Palácio Monsoon, com o pano de fundo a cidade de Udaipur.

Foi durante o governo de Sajjan Singh que Udaipur ganhou reconhecimento como o segundo município na Índia, depois de Bombaim. Em agradecimento às suas realizações notáveis em preservar e desenvolver o reino Mewar, e para lembrá-lo que o seu reino ainda era um estado principesco sob o Raj britânico, a ele foi conferido o título de “Grande Comandante da Estrela da Índia”, em novembro de 1881, por Lord Ripon, por ocasião da coroação da rainha Victoria como a Imperatriz da Índia.

Sajjan Singh foi, portanto, um dos mais importantes governantes de Udaipur, que atualmente é a segunda maior cidade do Rajastão e uma das melhores cidades para se viver da Índia.

Voltando um pouco mais na história, descobrimos outros fatos interessantes sobre a trajetória de Udaipur.

Udaipur foi fundada em 1559, pelo marajá Udai Singh Sisodia II, do clã dos rajputs, no fértil Vale de Girwa, ao sudoeste de Nagda, no rio Banas. A cidade foi determinada como a nova capital do reino Mewar.

O reino Mewar floresceu inicialmente em Nagda (a 30 quilômetros ao norte de Udaipur), tendo sido estabelecido em 568 d.C. por Guhil, o primeiro marajá Mewar. No século VIII, a capital foi transferida para Chittor (ou Chittaurgarh), no topo de uma colina de onde o Forte Sisodias governou por 80 anos. O marajá Udai Singh II herdou o reino Mewar, em Chittor, em 1537, mas nessa altura havia sinais da perda do controle do forte em guerras contra os mogóis. Udai Singh II, portanto, escolheu o local, perto do lago Pichola para ser seu novo reino, porque a região estava bem protegida por todos os lados por florestas, lagos e montanhas. Na verdade, ele havia escolhido esta localidade para sua nova capital, muito antes do saque e derrocada de Chittor pelo imperador mogol Akbar, a conselho de um eremita que conheceu durante uma de suas expedições de caça, no sopé da Cordilheira Aravalli. O eremita abençoou o rei e guiou-o para construir um palácio no local, assegurando-lhe que iria ser bem protegido. Udai Singh II, portanto, estabeleceu uma residência no local, iniciando as construções do Palácio da Cidade.

A área de Udaipur já tinha uma cidade comercial próspera na época, Ayad, que tinha servido como capital de Mewar, entre os séculos X e XII. A região de Girwa era, assim, já bem conhecida por governantes Chittaud, que se mudavam para ela sempre que o planalto vulnerável Chittaurgarh era ameaçado por ataques inimigos. O marajá Udai Singh II, no século XVI, decidiu, durante seu exílio em Kumbhalgarh, mover sua capital para um local mais seguro. Ayad era susceptível a inundações, mais um motivo, além da profecia do eremita, para escolher o cume do leste do lago Pichola para começar sua nova cidade capital.

Em novembro de 1567, o imperador mogol Akbar sitiou o Forte Sisodias, venerado de Chittor. Após a morte de Udai Singh, em 1572, seu filho, o marajá Pratap, tomou as rédeas do poder em Udaipur. Ele foi derrotado novamente por Akbar, na batalha de Haldighati, em 1576 e, posteriormente, Udaipur decaiu por algum tempo.

Enquanto, no entanto, o império mogol se enfraquecia, os governantes Sisodia reafirmaram a sua independência e recapturaram Mewar na área escolhida de Udaipur, perdendo, entretanto, a área de Chittor de vez para os mogóis. Sendo uma região montanhosa e inadequada para os cavalos dos mogóis, pesadamente blindados, Udaipur permaneceu a salvo de influência mogol, apesar de sofrer do império muita pressão.

Em 1736, a região sofreu outro golpe: os marathas saqueadores atacaram Udaipur e, até o final do século, o Estado de Mewar estava em apuros e em ruínas. Contudo, a Companhia Britânica veio em socorro de Mewar, no século XIX, em 1818, e logo o Estado de Mewar, convertido em estado principesco da Índia britânica, foi restabelecido e prosperou sob proteção estrangeira, por meio de um tratado assinado com os ingleses.

Udaipur permaneceu como a capital do Estado de Mewar (já que o acordo impunha que os britânicos não poderiam governar) e, posteriormente, a província Mewar, assim como outros estados principescos ingleses na região, tornou-se uma parte do estado do Rajastão, quando a Índia conquistou a independência, em 1947. Atualmente, Arvind Singh Mewar é o septuagésimo sexto governante da dinastia Mewar.

Os reis Mewar, posteriormente, também perderam seus privilégios reais especiais e títulos. No entanto, os sucessores marajás têm desfrutado da confiança de seu povo, em Udaipur, e também mantiveram a titularidade dos palácios da cidade. Eles agora estão controlando os palácios, criando uma relação de fundos de confiança chamada de Mewar Trust, cuja renda é gerada pelo turismo e pelos hotéis da herança que estabeleceram em alguns de seus palácios. Com o fundo gerado, eles estão ajudando hospitais beneficentes, instituições de ensino e promovendo a causa da preservação do meio ambiente. No entanto, a maioria dos marajás do Rajastão, conforme dizem os próprios indianos, já se mudou para a Europa, esquecendo-se do passado e deixando a Índia miserável para trás.

Nós voltamos do Palácio das Monções e fomos diretamente ao Palácio da Cidade, mas já era tarde novamente para entrarmos no museu. Deu um pouco de frustração, já que dia seguinte partiríamos a outra cidade do tour… Não daria mais para entrar no museu, mas, enfim, ver o Palácio Shiv Niwas de fora já valeu a pena (para somente entrar nos pátios externos, o preço é de 25 rúpias e para ir ao museu e outras dependências, o valor é de mais 250 rúpias, com áudio-guia ou 150 rúpias, com guia humano, para grupos de, no mínimo, cinco pessoas).

O Palácio Shiv Niwas (City Palace) ou Palácio da Cidade é uma belíssima construção erguida na margem leste do lago Pichola, no centro da cidade. Ele é formado de uma série de residências palacianas construídas em diferentes épocas, desde o século XVI, mas, quando visto de longe, se assemelha a um forte. O palácio foi construído durante um período de quase 400 anos, com contribuições de vários reis marajás da dinastia rajput (76 gerações de Sisodia Rajputs ou Suryavanshi Rajputs (adoradores do deus Sol)), a começar pelo Maharana Udai Singh II, governante do clã rajput Sisodia, que iniciou as construções, em 1559, simultaneamente ao estabelecimento de Udaipur, depois que ele se mudou de Chittor. Udaipur, como vimos, era a capital histórica do reino de Mewar, da antiga Agência Rajputana. Posteriormente, os marajás passaram a administrar toda a região desse palácio.

O Shiv Niwas foi construído em um estilo extravagante e é considerado o maior complexo real de seu tipo no Rajastão, pois além da estrutura principal, conta ainda com 11 pequenos palácios separados.

Palácio da Cidade

Palácio da Cidade

O aspecto único deste conglomerado é que o projeto arquitetônico apresenta uma mistura rica da arquitetura rajput do Rajastão, além das influências mogol, medieval, europeia e chinesa, e, ainda assim, conta com uma aparência distintamente homogênea e atraente. O complexo do palácio foi construído inteiramente em granito e mármore. O interior das edificações, com suas varandas, torres e cúpulas, apresenta trabalhos delicados em espelhos, prata e mármore, além de vitrais e pinturas murais.

De seus pátios e terraços superiores, podemos ter uma vista panorâmica de vários outros monumentos históricos da cidade, como o Lake Palace, no lago Pichola, assim como o palácio Jag Mandir, em outra ilha no lago, o templo Jagdish perto do palácio, e o Monsoon Palace, no topo da colina Aravalli.

A série de palácios está de frente para o leste (como habitualmente seria adequado para a dinastia rajput – a dinastia do sol); por trás de uma fachada requintada de 244 metros de comprimento e 30,4 metros de altura, foram construídos em um cume, todas as outras estruturas. Os edifícios estão interligados dentro do complexo, através de um número grande de chowks ou pátios com corredores em ziguezague (planejados dessa maneira para evitar ataques de surpresa de inimigos).

Palácio da Cidade (reprodução de foto da Internet)

Palácio da Cidade (reprodução de foto da Internet)

Palácio da Cidade (reprodução de foto da Internet)

Palácio da Cidade (reprodução de foto da Internet)

Os portões de entrada, coloquialmente chamado Pols, estão orientados igualmente para o leste da cidade de Udaipur. Um número considerável de portões fornece acesso ao complexo do palácio.

A entrada principal da cidade é através do Bara Pol (ou Badi Pol, o Grande Portão), que leva ao primeiro pátio. O Bara Pol, construído por volta de 1600, conduz à Tripolia Pol, uma porta arqueada tripla construída em 1725, que fornece a entrada do norte (atualmente a principal entrada). Ela leva a uma série de pátios, terraços e jardins.

Tripolia Pol (reprodução de foto da Internet)

Tripolia Pol (reprodução de foto da Internet)

Tripolia Pol

Tripolia Pol

Tripolia Pol

Tripolia Pol

Tripolia Pol

Tripolia Pol

A pequena estrada entre esta porta e a porta principal do palácio é repleta de lojas e quiosques de propriedade de artesãos, pintores, comerciantes têxteis, vendedores de pinturas em miniatura e lojas de antiguidades. Entre esses dois portões, oito arcos de mármore ou toranas foram erguidas (diz-se que os maharanas as utilizaram, por oito vezes, para medirem seu próprio peso em ouro e prata e distribuíram a soma entre os locais). Seguindo o portão Tripolia, há uma arena em frente ao Toran Pol e à fachada do palácio, onde lutas de elefante foram encenadas no passado para testar suas proezas, antes de iniciarem campanhas de guerra.

elefantes (reprodução de foto da Internet)

elefantes (reprodução de foto da Internet)

lojinhas no térreo

lojinhas no térreo

toranas na entrada

toranas na entrada

Erguido no complexo, depois de entrar através do atual portão principal, o Tripolia, estão o Suraj Gokhda (fachada endereço público, onde estão as lojas e quiosques), a Mor-chowk (Pátio Pavão), o Dilkhush Mahal (Deleite do Coração), a Surya Chopar, o Sheesh Mahal (Palácio de Vidro e Espelhos), o Moti Mahal (Palácio das Pérolas), o Krishna Vilas (nomeado em homenagem ao Senhor Krishna), Shambu Niwas (agora residência real), o Bhim Vilas, a Amar Vilas (com um jardim elevado), que está de frente para o Badi Mahal (o Grande Palácio), o Palácio Fateprakash e o Shiv Niwas Palace (a mais recente adição ao complexo); os dois últimos foram convertidos em hotéis de luxo (e pelo nome de Shiv Palace é que o palácio também é atualmente conhecido). Detalhes de todas estas estruturas são bastante elaborados.

A vasta coleção de estruturas forma “uma cidade dentro da cidade” e, assim, ainda há um conjunto com instalações dos correios, um banco, uma agência de viagens, inúmeras lojas de artesanato e também uma boutique indiana pertencente ao World Wildlife Fund (WWF), Fundos para a Natureza. Todo o complexo é de propriedade da família real Mewar e uma série de fundos cuidam da gestão e da manutenção das estruturas.

A estrutura real mais antiga construída no complexo foi o pátio ou Rai Angan, no exato lugar onde o eremita avisara ao marajá para construir sua capital. De um lado, é possível observar pinturas históricas, que incluem retratos da batalha de Haldighati (1576), na qual forças mewar, sob o comando do maharana Pratap, um dos maiores heróis rajputs, galantemente enfrentaram o comandante mogol Akbar.

Rai Angan ou Varanda do Rei (reprodução de foto da Internet)

Rai Angan ou Varanda do Rei (reprodução de foto da Internet)

Apesar de toda a pompa, o bloco principal do palácio é acessado hoje através de uma modesta porta, a partir do terraço do Ganesha Deodhi. A porta é ladeada por paredes caiadas vibrantemente pintadas com animais no estilo tradicional rajput.

entrada

entrada

entrada

entrada

entrada

entrada

O Amar Vilas é o tribunal superior dentro do complexo, que é um jardim elevado. Ele fornece a entrada para o Badi Mahal. É um pavilhão de lazer construído em estilo mogol. O Amar Vilas é o ponto mais alto do Palácio da Cidade e tem maravilhosos jardins suspensos com fontes, torres e terraços.

O Badi Mahal (ou Baadi Mahal, Palácio Grande, de 1699), também conhecido como Garden Palace é o exótico palácio do jardim central, que está situado a 27 metros de altura, em uma rocha natural. Os quartos no piso térreo parecem estar no nível do quarto andar, tendo em conta a diferença de altura de seus edifícios circundantes. Há uma piscina no local, que era utilizada para as celebrações do festival Holi, em tempos remotos.

Badi Mahal (reprodução de foto da Internet)

Badi Mahal (reprodução de foto da Internet)

Em um salão adjacente, pinturas em miniatura, dos séculos XVIII e XIX, são exibidas. Além disso, há pinturas murais do Jag Mandir (como apareceram no século XVIII), Vishnu do templo de Jagdish e uma cena de luta elefante é também retratada.

A luta de elefantes descrita em uma pintura na parede foi uma representação das lutas de elefantes reais, que costumavam ser organizadas pelos maharanas (o título “maharana” é distintamente diferente do “marajá”, já que o primeiro conota um guerreiro e o último, um líder ou um rei). Menciona-se que os elefantes costumavam ser alimentados de haxixe (ópio) antes de se organizarem as lutas. Uma observação interessante é que a palavra “assassino” é um derivado da palavra “haxixe”. A última luta como essa foi relatada em 1995.

O Bhim Vilas tem uma galeria com uma notável coleção de pinturas em miniatura, que retratam as histórias da vida de Radha e Krishna. O Chini Chitrashala mostra azulejos chineses e holandeses. O Choti Chitrashali ou, Residência das Pinturas em Miniatura, construído no início do século XIX, tem imagens de pavões. O Dilkhusha Mahal, ou Palácio da Alegria, foi construído em 1620.

O extravagante Salão Durbar foi construído em 1909, dentro do Palácio Fatepraksh (agora um hotel); tem funções oficiais, tais como realizar banquetes e reuniões estaduais. A galeria do salão foi usada pelas senhoras reais para observar o processo Durbar. Este salão tem um interior exuberante com alguns lustres exageradamente grandes. Armas dos maharanas e também alguns de seus retratos exclusivos também são exibidos nesse local. A pedra fundamental para este salão foi colocada pelo Senhor Minto, o vice-rei da Índia, em 1909, durante o reinado do maharana Fateh Singh e foi então chamado Minto Hall.

O Fateprakash Palace, que é agora um hotel de luxo, tem uma galeria de cristal que consiste em cadeiras de cristal, toucadores, sofás, mesas, cadeiras e até camas, além de louças e fontes que nunca foram utilizados. Há também um tapete cravejado com uma joia nessa sala. O marajá Sajjan Singh encomendou esses itens raros em 1877 da F & C Osler & Company, de Londres, mas é dito que ele morreu antes dos produtos chegarem à Índia. Diz-se que os pacotes contendo esses cristais permaneceram fechados durante 110 anos. Para entrar nessa Galeria de Cristal, o preço é à parte, 300 rúpias, que também inclui um chá ou refrigerante no Gallery Restaurant.

A Krishna Vilas é outra câmara que tem uma rica coleção de pinturas em miniatura, do tempo do maharana Bhim Singh (1778 – 1828), que retratam procissões reais, festas e jogos dos maharanas. No entanto, é trágica história ligada a esta ala do Palácio da Cidade. No século XIX, uma princesa real, Krishna Kumari, filha de Bhim Singh, foi incapaz de escolher entre dois pretendentes que buscavam sua mão em casamento, um da família real de Jaipur e outro de Jodhpur, e, portanto, em um estado de dilema, já que os dois prometiam invadir Mewar, se rejeitados, ela se envenenou até a morte.

O Laxmi Vilas Chowk é uma galeria de arte com uma coleção de pinturas distintivas do reino de Mewar.

O Manek Mahal, anexo ao Manak Chowk, é um gabinete para audiência formal dos governantes de Udaipur. Ele tem uma alcova suspensa completamente incrustada no vidro do espelho. Emblemas do sol, em reluzente bronze, e a insígnia religiosa da dinastia Sisodia são itens recorrentes em vários locais no Palácio da Cidade; um desses emblemas proeminentes é retratado na fachada do Manak Chowk, que também pode ser visto a partir do tribunal abaixo. O maior desses emblemas também é visto na parede do Surya Chopar, um centro de recepção num nível mais baixo. Surya ou emblema do sol da dinastia Mewar descreve um Bhil, o sol, Chittor Fort e um Rajput com uma inscrição em sânscrito de uma citação do Bhagavad Gita (escritura sagrada hindu), o que significa “Deus ajuda àqueles que fazem o seu dever”. Era costume para os maharanas oferecer reverência ao sol voltados para o leste, todas as manhãs antes de tomar café da manhã.

O Mor Chowk ou Pavão Quadrado (o pássaro favorito do Rajastão) é parte integrante das cortes internas do palácio. O projeto elaborado desta câmara é composto por três pavões (representando as três temporadas de verão, inverno e monções), modelados em alto relevo e incrustados com coloridos mosaicos de vidro, construídos em nichos sucessivos nas paredes ou jharoka. Estes foram construídos durante o reinado do maharana Sajjan Singh, 200 anos após o palácio ter sido fundado. Os pavões foram criados com 5000 peças de vidro, que brilham em cores verdes, ouro e azul. Os apartamentos em frente ao Chowk são pitorescamente representados com cenas de lendas do deus hindu Krishna. No nível superior, há uma varanda que se projeta, flanqueada por inserções de vidro colorido. Em uma câmara ao lado, chamada de Kanch-ki-Burj, mosaicos de espelhos adornam as paredes. O Badi Charur Chowk dentro deste chowk é um tribunal inferior para utilização privativa. Sua parede tem composições que descrevem os homens europeus e mulheres indianas. Mais longe da Mor-Chowk, no Zenana Mahal ou quartos das mulheres, alcovas primorosamente projetadas, varandas, janelas coloridas, paredes de azulejos e pisos são vistos.

Em 1974, uma parte do Palácio da Cidade e o Zenana Mahal (seção das senhoras) foram convertidos em um museu aberto ao público. Há uma interessante exposição com muitas antiguidades e pinturas que retratam caçadas reais, da escola de Mewar, além de mobiliário decorativo e utensílios da época real. Ainda, a exibição de um macaco empalhado estranho segurando uma lâmpada e também retratos de marajás que mostram uma variedade espetacular de bigodes é um ponto alto. Ainda no museu, cuja entrada é pelo Ganesh Chowk (que se alcança pelo Manek Chowk), uma das peças mais especiais é o turbante de Shah Jahan, criador do Taj Mahal.

O Lakshmi Chowk é um pavilhão branco elegante na mesma área, que contém uma série de liteiras e howdahs.

O Rang Bhawan é o palácio utilizado para conter tesouro real. Nele, existem templos do Senhor Krishna, Meera Bai e Shiva. Finalmente, temos o Sheesh Mahal, ou Palácio dos Espelhos e vidros, construído em 1716, pelo maharana Pratap, filho de Rana Uday Singh, para sua amada esposa Maharani Ajabde.

Um santuário de Dhuni Mata também está localizado no complexo. Este local é considerado como a parte mais antiga do palácio, onde um sábio passou toda a sua vida meditando.

O palácio foi usado como um hotel, em 1985, pelo filme de James Bond Octopussy, onde o intrépido Bond (interpretado por Roger Moore) começou sua busca para apreender o vilão Kamal Khan (Louis Jordan).

Um documentário de 1991, dirigido para a televisão, por Werner Herzog, chamado Jag Mandir, também foi filmado no palácio; ele consiste em filmagens de uma performance teatral elaborada pelo Maharana Arvind Singh Mewar, no Palácio da Cidade, encenada por André Heller.

O palácio foi usado ainda para filmar parte do filme de Bollywood Goliyon Ki Raasleela Ram-Leela (inglês: um jogo de Balas – Ram-Leela), de 2013, dirigido por Sanjay Leela Bhansali.

Palácio da Cidade (reprodução de foto da Internet)

Palácio da Cidade (reprodução de foto da Internet)

Palácio da Cidade (reprodução de foto da Internet)

Palácio da Cidade (reprodução de foto da Internet)

vaso sanitário do marajá (reprodução de foto da Internet)

vaso sanitário do marajá (reprodução de foto da Internet)

Palácio da Cidade

Palácio da Cidade

Palácio da Cidade

Palácio da Cidade

Palácio da Cidade

Palácio da Cidade

Palácio da Cidade

Palácio da Cidade

Palácio da Cidade

Palácio da Cidade

Nós jantamos perto do Palácio da Cidade e o filme de James Bond estava passando em um telão. Descobrimos que era mesmo o Octopussy, cujas cenas foram gravadas do Monsoon Palace e também no palácio Shiv Niwas, assim como no Lake Palace Hotel, na cidade. Soubemos que o Octopussy é exibido diariamente em cerca de metade dos hotéis e restaurantes, em Udaipur, já que eles têm imenso orgulho do longa. Por causa da propaganda mundial advinda desse filme, é que Udaipur passou a ser conhecida como a “Veneza do Oriente”. Engraçado…

Na volta para o hotel, contei nada mais, nada menos, que 16 vacas dormindo em apenas uma rua!

16 vacas dormindo...

16 vacas dormindo…

Outras atrações da cidade de Udaipur, que é bem servida de transportes rodoviários e tem até um aeroporto para voos domésticos, são os passeios nos lagos, especialmente no Pichola. O turismo é bem explorado na cidade e, em volta do lago, há praticamente apenas hotéis, restaurantes e agências de viagens.

Um passeio de barco pelo Lago Pichola é um bom modo de ter excelentes cliques do Palácio das Monções e também é uma boa maneira de ver mais de perto as atrações do lago, como o Jag Mandir e o Lake Palace. Bom dizer que não é possível nadar nos lagos (embora indianos o façam), devido à presença, apesar de remota, de crocodilos.

Situado sobre uma ilha no lago Pichola, o Lake Palace foi construído, entre os anos de 1743 e 1746, pelo maharana Jagat Singh II, para servir como um palácio residencial de verão. Totalmente erguido em mármore branco, o palácio é agora (desde 1960, feito pelo maharana Bhagwat Singh) um luxuoso hotel de cinco estrelas, operando sob a bandeira “Taj Hotels Resorts and Palaces”. No hotel, há lagoas com flores de lótus, jardins exuberantes e uma piscina envolta por uma mangueira; características únicas que colocaram Udaipur no mapa do turismo de luxo internacional. O Lake Palace não aceita visitas que não sejam dos próprios hóspedes, excepcionalmente nas estações baixas, entre maio e junho, quando o público em geral pode se maravilhar com sua decoração, durante um almoço ou um jantar; então, se o bolso não permitir a hospedagem, mas se puder fazer uma forcinha (ainda bem cara) para uma refeição no luxo, pode ser válido.

Lake Palace à noite

Lake Palace à noite

Lake Palace visto do Palácio da Cidade

Lake Palace visto do Palácio da Cidade

O Palácio Jag Mandir, na ilha de mesmo nome, a cerca de 800 m do Lake Palace, é um palácio construído entre os anos de 1551 e 1652. Também chamado de “Lake Garden Palace”, foi inicialmente erguido pelo maharana Karan Singh e modificado, posteriormente, por mais dois marajás do reino de Mewar, como o maharana Jagat Singh. A família real usou o palácio como um resort de verão e, atualmente, parte dele também é um pequeno hotel, com sete quartos, um restaurante, bar e spa, abertos aos visitantes. A entrada da ilha é ladeada por enormes elefantes de pedra, que terminam na torre Gol Mahal, do século XVII, que contém uma pequena exibição sobre a história da Jagmandir.

O passeio de barco que sai do Palácio da Cidade e vai até a ilha do Jag Mandir custa 300 rúpias, pela manhã, e 500 rúpias, ao por do sol.

Jag Mandir

Jag Mandir

Jag Mandir

Jag Mandir

Outra atração das imediações de Udaipur (na verdade, a cerca de 40 km) é o Forte de Chittorgarh, maior forte da Índia, construído no século VII. São 6 km de extensão, ao longo de uma colina, com uma sublime coleção de edifícios de pedra e um lago nas alturas, contido pelas muralhas da fortaleza. A história de Chittorgarh ilustra bem os princípios rajputs (uma das maiores dinastias hindus da Índia, responsável pela maioria dos fortes do Rajastão) de cavalheirismo e tragédia nas batalhas e o forte tem um lugar especial nos corações dos habitantes do Rajastão. Por três vezes (em 1303, 1535 e 1568), sob ataque de poderosos inimigos, os defensores de Chittorgarh preferiram a morte à desonra, executando o jauhar – um suicídio em massa. Os homens vestiam as indumentárias dos mártires e partiam para a morte certa, enquanto as mulheres e crianças imolavam-se em grandes piras funerárias. Palácios, templos, torres e outros edifícios bastante ornamentados fazem parte do complexo; todos são cheios de história e mistérios, que deram à incomparável beleza do lugar o título de Patrimônio da Humanidade. Vale mesmo a pena ir!

Nós chegamos a pesquisar sobre esse forte na Internet, mas, infelizmente, nosso motorista afirmou que sairíamos muito do caminho para visitá-lo. Hoje, só de ver as fotos no computador, me arrependo…

Forte Chittorgarh (reprodução de foto da Internet)

Forte Chittorgarh (reprodução de foto da Internet)

Forte Chittorgarh (reprodução de foto da Internet)

Forte Chittorgarh (reprodução de foto da Internet)

No dia 29 de março, pela manhã, saímos com o motorista Anil para a próxima cidade do tour pelo Rajastão: Pushkar.

Abaixo, um pouco mais de Udaipur.

Udaipur

Udaipur

Udaipur

Udaipur

Udaipur

Udaipur

Udaipur

Udaipur

Udaipur

Udaipur

Udaipur - teleférico ao fundo

Udaipur – teleférico ao fundo

Udaipur

Udaipur

Udaipur

Udaipur

casa da família indiana

casa da família indiana

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